PARTE I Capítulo V De Maerteen Lem a Pedro Alves da Rocha TRIDECAVÓS

                                                        Óbidos (Portugal)
 TRIDECAVÓS

*Pedro Leme, nasceu em 1515 em Funchal, Madeira, Portugal e morreu em 9 de setembro de 1592 em São Vicente, São Paulo, Brasil, foi casado com Luzia Fernandes, que nasceu aproximadamente em 1512 em São Mamede, Batalha, Leiria, Portugal e morreu em 1560 em São Vicente, São Paulo, Brasil. Tiveram os filhos: Maria Leme, Helena Leme, Antonia Leme, Suzana Leme e *Leonor Leme.



Verificamos, em Genealogia Paulistana: “Pedro Leme, que passou da dita Ilha à São Vicente com sua filha Leonor já casada com Brás Teves. Pedro Taques menciona a este Pedro Leme como o primeiro chegado à São Vicente; porém, Frei Gaspar da Madre de Deus assevera ter visto o livro mais antigo de termos de vereança de São Vicente (não consultado por Pedro Taques) onde consta que Antão Leme foi juiz ordinário na dita vila em 1544; portanto, este (e não seu filho Pedro Leme) deve ser considerado como o tronco dos Lemes em São Paulo. Pedro Leme, filho de Antão Leme, natural da Ilha da Madeira, fidalgo da Casa Real, passou-se dessa Ilha para São Vicente, onde já morava pelos anos de 1550, segundo escreveu Pedro Taques. 

Segundo o mesmo escritor, Pedro Leme, antes de vir para São Vicente, deixara a lha da Madeira e estivera no Continente na Corte de D. João III, onde casou-se a primeira vez com Isabel Paes…. Falecendo esta sua primeira mulher, Isabel Paes, voltou Pedro Leme a Ilha da Madeira com seu filho e aí se casou pela segunda vez com Luzia Fernandes de quem teve a filha Leonor Leme, a qual passou na companhia de seu pai para São Vicente já casada com Brás Teves… Terceira vez casou-se Pedro Leme em São Vicente com Gracia Rodrigues de Moura... 

Faleceu Pedro Leme, em 1600 em São Paulo com testamento em que menciona apenas o segundo e terceiro casamentos; isto parece trazer dúvida sobre o primeiro casamento, porém, ela desaparece diante das indagações feitas por Pedro Taques em 1775 em Portugal (depois de ter escrito o seu Título de Lemes) que levaram-no a certeza da existência desse primeiro casamento, o que foi por ele comunicado a Frei Gaspar da Madre de Deus, além da carta de brasão de armas passada a seu descendente Pedro Dias Paes Leme, registrada em Lisboa, da qual consta que Fernando Dias Paes, casado com. sua sobrinha Lucrécia Leme, foi filho de Pedro Leme e de Isabel Paes, neto paterno de Antão Leme, bisneto de Antônio Leme e de Catarina de Barros. etc. A respeito de Pedro Leme escreveu Pedro Taques: “embarcou na ilha da Madeira; e pelos anos de 1550 já estava em São Vicente com sua mulher Luzia Fernandes e a filha Leonor Leme, mulher de Brás Esteves (ou Teves como se vê em muitos documentos) (O parêntesis é do autor desta obra), e veio fazer assento na vila, capital de São Vicente, onde desembarcou com vários criados do seu serviço, e ali foi estimado, e reconhecido com o caráter de fidalgo. 

Foi pessoa da maior autoridade na dita vila; e com a mesma se conservaram seus netos. Ali justificou Pedro Leme a sua filiação e fidalguia em 2 de Outubro de 1564 perante o Dr. desembargador Brás Fragoso, provedor-mor da fazenda, e ouvidor geral de toda a costa do Brasil; e foi escrivão dos autos Antônio Rodrigues de Almeida cavaleiro fidalgo da Casa Real; e obteve sentença extraída do processo, e passada em nome do senhor rei D. Sebastião, assinada pelo dito desembargador Brás Fragoso. 

A petição para esta justificação foi do teor seguinte: “Diz Pedro Leme, que ele quer justificar que é filho legítimo de Antão Leme, natural da cidade do Funchal da Ilha da Madeira, o qual Antão Leme é irmão direito de Aleixo Leme e de Pedro Leme, os quais todos são fidalgos nos livros de El-rei, e por tais são tidos e havidos e conhecidos de rodas as pessoas que razão tem de o saber; e outrossim são irmãos de Antonia Leme mulher de Pedro Afonso de Aguiar, e de Leonor Leme, mulher de André de Aguiar, os quais outrossim são fidalgos, primos do Capitão donatário da Ilha da Madeira; os quais Lemes outrossim são parentes em grau mui propinquo de Dom Diniz de Almeida, contador-mor, e de D. Diogo de Almeida, armador-mor, e de Diogo de Cablera, filho de Henrique de Sousa, e de Tristão Gomes da Mina, e de Nuno Fernandes veador do mestrado de Santiago e dos filhos de Claveiro, por ser a mãe deles outrossim sobrinha dos ditos Lemes, tios e pai dele suplicante, os quais são tidos e havidos e conhecidos em o reino de Portugal por fidalgos: Pede a Vm.ce lhe pergunte suas testemunhas, e por sua sentença julgue ao suplicante por fidalgo, e lhe mande guardar rodas as honras, privilégios e liberdade que às pessoas de tal qualidade são concedidas. E.R.M. 

Pelo contexto desta súplica e justificação dela, obteve Pedro Leme a sentença que temos referido, a qual foi depois confirmada na vila de São Paulo por Simão Alves de Lapenha, ouvidor geral com alçada, provedor mor das fazendas dos defuntos e ausentes, órfãos, capelas, e resíduos, auditor geral do exército de Pernambuco em 3 de março de 1640 pela causa que correu em juízo contraditório entre partes Lucrécia Leme e seu irmão Pedro Leme, netos de Pedro Leme, contra os órfãos filhos bastardos de Brás Esteves Leme, irmão dos ditos Lucrécia e Pedro Leme, que foram herdeiros por falecer seu irmão solteiro e sem testamento; e aos autos desta demanda juntaram os autores para prova de sua qualidade a sentença proferida a favor de seu avô, por parte materna, o dito Pedro Leme”...

Referência:

Genealogia Paulistana, Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919), Volume 2 págs. 121, 122 compilado



Acima, a Carta de venda dos bens em Portugal, uma vinha, uma terra e uma casa, tudo em São Mamede, termo de Óbidos (Portugal) em 22 de novembro de 1542, Lisboa, para a vinda ao Brasil, o documento encontra-se na Torre do Tombo -Portugal, Torre do Tombo, Colegiada de Santa Maria de Óbidos, mç. 17, doc. 80 , inserida apenas uma página aqui, a título de demonstração da carta.

Referência:

Torre do Tombo: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=1380774

Comentários

Postagens mais visitadas