PARTE I Capítulo V De Maerteen Lem a Pedro Alves da Rocha DUODECAVÓS

                            Obra de Benedito Calixto, Ponte Pênsil, 1914 São Vicente
 

DUODECAVÓS

*Leonor Leme nasceu aproximadamente 1530 em Óbidos, Leiria, Portugal, morreu em 31 de janeiro de 1633 em São Vicente, São Paulo, Brasil, foi casada com Brás Esteves que nasceu aproximadamente em  1530 em Funchal, Madeira, Portugal e morreu em 1615 em São Vicente, São Paulo, Brasil. Tiveram os filhos: Lucrécia Leme, Brás Esteves Leme, Aleixo Leme, Pedro Leme e *Mateus Leme.

Verificamos, abaixo em Genealogia Paulistana, filiação, casamento e filhos. Consta que foram proprietários do engenho de açúcar chamado de São Jorge dos Erasmos em São Vicente.

Referência:
Genealogia Paulistana, Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919),Volume 2 pág. 121


Referência:
Genealogia Paulistana, Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919), Volume 2 pág. 123

LEONOR LEME, a velha
 Vol. 9, fl. 5 Data: 31-1-1633 Local: Vila de São Paulo, em casa de Pedro Leme
 TESTAMENTO:  “Em nome de Deus Amem, Saibam quantos esta cédula de testamento virem como no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e vinte e nove anos estando eu Leonor Leme com todos os cinco sentidos e perfeito juízo que o senhor Deus me deu determinei fazer este meu testamento para nele descarregar minha consciência e declarar as cousas seguintes.
Primeiramente encomendo a minha alma a Deus Todo Poderoso que a criou e remiu com seu precioso sangue e à Virgem Maria sua Mãe peço e rogo e a tomo por minha advogada diante de seu Bento Filho para que me alcance perdão de meus pecados e que me leve à sua santa glória, amém.
Deixo que se digam cinco missas a honra das cinco chagas de meu Senhor Jesus Cristo para que haja misericórdia com minha alma.

Deixo que se digam nove missas a honra dos nove meses que trouxe ao seu Bendito Filho ao seu ventre que cita rogue ao seu Bento Filho me alcance perdão de meus pecados.
Deixo à casa de Santo Inácio da Companhia de Jesus desta vila de São Paulo dois mil réis de esmola os quais se pagarão em pano de algodão ou no que houver por casa adonde mando que se enterre o meu corpo como irmã que sou.

Declaro que fui casada com Braz Esteves a olhos e face da Santa Madre Igreja do qual tive e tenho vivos quatro filhos machos e uma fêmea os quais são herdeiros de minha fazenda/declaro demos de casamento a minha filha Lucrécia cem cruzados e lhe demos mais três peças do gentio da terra reportando-me no demais ao testamento de meu marido Braz Esteves que Deus tem.
E declaro que as missas que se me hão de dizer que atrás estão declaradas serão ditas e rezados por diversos padres.

Declaro que deixo por meu testamenteiro a meu filho Pedro Leme que tenha cuidado de mandar cumprir este meu testamento.
Declaro que aparecendo algum testamento afora este se lhe não dê crédito nem se faça obra por ele que só este hei por valioso por ser minha última e derradeira vontade ao qual roguei a Manoel Esteves que este me fizesse por eu ser mulher e não saber escrever e assinasse por mim// E assino pela testadora e por mim como testemunha Manoel Esteves/ Leonor Leme.

E peço e rogo às justiças de sua Magestade que este meu testamento mandem guardar e cumprir assim como nele o declaro por assim ser a minha última e derradeira vontade e me torno a assinar por Manoel Esteves que este fez a meu rogo hoje 5 de junho da era de mil seiscentos e vinte e nove anos // Assino pela testadora por não saber escrever // Leonor Leme – Gaspar Gomes – Lucas Fernandes Pinto – Custódio Nunes Pinto – Antonio Nunes da Costa – Bastião de Freitas – Domingos Machado o moço – Pero Gonçalves.

 Declaro outrossim que pelas boas obras e bom tratamento que de minha Madalena tenho recebido em gratidão do que a deixo livre e desembargada de servidão nenhuma a ninguém que como tal poderá ela e seus filhos ir por onde quiserem e mais gosto quiser por verdade do qual roguei a Diogo Leite Paes que este fizesse e assinasse como testemunha e assim peço às Justiças de Sua Magestade este mandem cumprir e guardar em todo tempo em 27 dias do mês de  .... de 1631. Assino por ela o testador  Diogo Leite Paes – Fernão Dias – Pedro Dias.”
Referência:
URL: http://www.projetocompartilhar.org/SAESPp/leonorleme1633.htm

Leonor, conheceu pessoalmente o padre José de Anchieta, que foi seu confessor. Testemunhou em seu processo de canonização.
Abaixo, é citada nos depoimentos de  Processo de Anchieta, abaixo. (Revista da ASBRAP nº 3 9 QUALIFICAÇÃO E DEPOIMENTO DAS TESTEMUNHAS NOS PROCESSOS ANCHIETANOS MAIS ANTIGOS). 


A título de informação: Trata-se do Arquivo Secreto do Vaticano, na Congregação dos Ritos: os processos de canonização do Padre José de Anchieta. Instaurados os processos apostólicos em Roma a 7 de outubro de 1624, a 10 de agosto de 1736, dia de São Lourenço, lhe coube o título de Venerável, com o reconhecimento pela Igreja de sua heroicidade e de suas virtudes. Finalmente, a 22 de junho de 1980, foi beatificado pelo Papa João Paulo II.

 Estão conservados em Roma os seguintes processos* : de Portugal, Évora (1626) e Lisboa (1627); do Brasil, Rio de Janeiro (1602, 1620, 1627 e 1708), Bahia (1619, 1650 e 1708), São Paulo (1622, 1627) e Olinda (1628). Desses, todos os do século XVI, vêm publicados neste artigo.
URL: http://www.asbrap.org.br/documentos/revistas/rev3_art1.pdf
 
Aqui está a linhagem que nos liga ao PEDRO TAQUES DE ALMEIDA PAIS LEME - O  HISTORIADOR E GENEALOGISTA (comentado sobre ele na Introdução deste blog).

Sendo que a Lucrécia Leme filha de Leonor Leme e Brás Esteves, teve o filho Pedro Dias Paes Leme, que teve a filha Isabel Paes da Silva, que teve a filha Maria de Abreu Pedroso Leme, que teve o filho Bartolomeu Pais de Abreu, que teve o filho Pedro Taques de Almeida Pais Leme (o historiador e genealogista).

Mateus Leme era  irmão de Lucrécia Leme, ambos eram  filhos de Leonor Leme e Brás Esteves.

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