PARTE I Capítulo IX De Cacique Tibiriçá a Belmira dos Santos Rocha PENTADECAVÓS


 PENTADECAVÓS

Tibiriçá  (que  aqui habitava antes da chegada dos portugueses e que faz parte de nossa história).  Ele nasceu em data e local desconhecidos.  Habitou  os  Campos de Piratininga, em São Paulo e era  conhecido como Tebiriçá e Tebireçá, sendo um importante líder indígena tupiniquim dos primórdios da colonização portuguesa do Brasil. Foi aliado dos portugueses e dos bandeirantes paulistas. Teve papel destacado nos eventos relacionados à fundação da atual cidade de São Paulo, em 1554. 
Foi convertido e batizado pelo nome cristão de Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente, Martim Afonso de Sousa, passando a se chamar, então, Martim Afonso Tibiriçá. Era chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga, com sede na aldeia de Inhampuambuçu. Era irmão de Piquerobi e de Caiubi, índios que se salientaram durante a colonização portuguesa do Brasil: o primeiro, como inimigo dos portugueses; e o segundo, como grande colaborador dos jesuítas. Teve muitos filhos. Com a índia Potira, teve Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí, Maria da Grã e *Bartira.
Bartira se casou com João Ramalho de quem Tibiriçá era grande amigo e a pedido do qual defendeu os portugueses quando estes chegaram a São Vicente. Em 1554, acompanhou Manuel da Nóbrega e Anchieta na obra da fundação de São Paulo e estabeleceu-se no local onde hoje se encontra o Mosteiro de São Bento, espalhando seus índios pelas imediações. A atual rua de São Bento era, por esse motivo, chamada, primitivamente, Martim Afonso (nome em que foi batizado o cacique). 
Graças à sua influência, os jesuítas puderam agrupar as primeiras cabanas de neófitos nas proximidades do colégio. Tibiriçá deu, aos jesuítas, a maior prova de fidelidade a 9 de julho de 1562 (e não 10 como habitualmente se escreve), quando, levantando a bandeira e uma espada de pau pintada e enfeitada de diversas cores, repeliu, com bravura, o ataque à vila de São Paulo efetuado pelos índios tupis, guaianás e carijós chefiados por seu sobrinho (filho de Piquerobi) Jaguaranho, no ataque conhecido como o Cerco de Piratininga. Durante o combate, Tibiriçá matou seu irmão Piquerobi e seu sobrinho Jaguaranho.
Tibiriçá morreu em 25 de dezembro de 1562, como atesta José de Anchieta em sua carta enviada ao padre Diogo Laínes, devido a uma peste que assolou a aldeia. Seus restos mortais encontram-se na cripta da Catedral da Sé.
Em 1580, Susana Dias, sua neta, fundou uma fazenda à beira do Rio Tietê, a oeste da cidade de São Paulo, próximo à cachoeira denominada pelos indígenas de "Parnaíba": hoje, é a cidade de Santana de Parnaíba. São muitos os descendentes de Tibiriçá no Brasil, através de suas filhas. A rainha Sílvia da Suécia é uma de seus inúmeros descendentes. 
Tem sua descendência descrita na Genealogia Paulistana, de Luiz Gonzaga da Silva Leme. 
Referência:
  https://pt.wikipedia.org/wiki/Tibiri%C3%A7%C3%A1

Referência:
http://www.famososquepartiram.com/2012/10/tibirica.html

Em carta escrita em 16/4/1563, o Irmão José de Anchieta assim se expressou: "Foi enterrado em nossa igreja com muita honra, acompanhando-o todos os cristãos portugueses com a cera de sua confraria. Ficou toda a Capitania com grande sentimento de sua morte pela falta que sentem, porque este era o que sustentava todos os outros, conhecendo-se-lhes muito obrigados pelo trabalho que tomou de defender a terra, mais que todos creio que lhe devemos nós os da companhia e por isso determinou dar-lhe em conta não só de benfeitor, mas ainda de fundador e conservador da Casa de Piratininga e de nossas vidas. Fez testamento e faleceu com grandes sinais de piedade e de fé, recomendando a sua mulher e filhos que não deixassem de honrar sempre a verdadeira religião que abraçaram."

Seus restos mortais repousam hoje na cripta da Catedral Metropolitana de São Paulo, na praça da Sé. Em sua homenagem, a rodovia estadual SP-031, ligando Ribeirão Pires a Suzano, foi denominada Índio Tibiriçá.
Referência: 
https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=292773


Aldeia dos Tapuias, retratado por  J. M. Rugendas


Abaixo, caso tenha interesse, poderá ver o vídeo do Canal Três Vias que fala sobre o Tibiriçá. Esclarece fatos sobre a história na época em que viveu nosso antepassado:








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