PARTE I Capítulo II De Vicente Annes Bicudo a Pedro Alves da Rocha UNIDECAVÓS

 UNIDECAVÓS



*Antonio Bicudo Carneiro nasceu em aproximadamente 1540, em Ponta Delgada, Açores, Portugal, morreu em aproximadamente 1590, provavelmente em  São Paulo, casou-se com Isabel Rodrigues, que nasceu em aproximadamente 1550, em Santana de Parnaíba, Brasil e morreu em aproximadamente 1615, em Carapicuíba, Brasil. Tiveram os filhos: Mécia Nunes Bicudo, Jerônima de Mendonça, Martha de Mendonça, Maria Bicudo, Guiomar Bicudo, Domingos Nunes Bicudo e *Antonio Bicudo.

Antônio foi o mais novo dentre os filhos de *Vicente Anes Bicudo e Mécia Nunes. Foi irmão de *Matias Bicudo e sobrinho de *Isaac Bicudo.

Veio para o Brasil no início da colonização da Capitania de São Paulo com outro irmão, Vicente Bicudo. Casou-se em São Paulo com Isabel Rodrigues, filha de Garcia Rodrigues Velho e Izabel Velho.
No livro “Genealogia Paulistana”, Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919), Vol. VI — Tít. Bicudo” páginas 296 e 297” cita a filiação de *Antonio Bicudo Carneiro.






Antonio Bicudo Carneiro, é citado como uma das pessoas históricas de São Paulo, Brasil, e é referenciado como um dos primeiros titulares dos Bicudos, além de, ser cristão-novo, ter participado de pelejas contra Missões Jesuítas, como veremos em um capítulo a seguir:
No site de teses da USP (Universidade de São Paulo), Brasil, encontra-se a dissertação de mestrado do Prof. Marcelo Meira Amaral Bogaciovas, “Tribulações do Povo de Israel na São Paulo Colonial”, publicada sob orientação da Profa. Dra. Anita Novinsky em 2006.

Nesta, o então mestrando fala sobre a entrada em 1628 nas Missões do Guairá e menciona os bandeirantes paulistas sendo chamados de judeus portugueses:
(Pág. 79): “Os paulistas eram chamados pelos jesuítas espanhóis de “judeus”, “hereges” e de homens “sem Rei, sem Lei e sem Deus”, e era público que desacatavam os dogmas da Igreja. O Padre Antônio Rodrigues, superior das Missões de Guairá, quando os bandeirantes paulistas as destruíram, no ano de 1632, perguntou-lhes com que autoridade o faziam, os bandeirantes responderam com a autoridade que ‘Moisés lhes dava na escritura’. Comiam carne na quaresma e ensinavam seus índios a ‘guardarem o sábado’”. 

(Pág. 80): “(…) O Provincial da Companhia de Jesus, Francisco Vasques Trujillo, em carta escrita a 12 de junho de 1632 ao Rei Felipe IV de Espanha e Portugal, acusou os paulistas de serem “judeus encobertos” (marranos) que, durante a guerra das missões, destruíram as igrejas, quebrando pias batismais”.

(Pag. 82): “(…) Uma das maiores bandeiras que penetrou o sertão brasileiro, composta de quase 900 portugueses (entre brancos e mamelucos) e com muita munição, acompanhados de 2.200 índios, saiu de São Paulo, no mês de abril de 1628. Entre as famílias bandeirantes de comprovada origem judaica, troncos dos paulistas, encontram-se: Camacho, (…) Bueno, (…) Bicudo (…)”.

Abaixo, menciona-se Sebastião Fernandes Camacho, pai de Sebastião Fernandes Camacho o “moço” que era casado com *Isabel Bicudo de Brito, ela que era filha de *Antonio Bicudo:
(Pág 84): “(…) Através das crônicas e das denúncias, sabe-se o nome de muitos dos participantes (…) que no mês de abril de 1628 (saíram) da vila de São Paulo, (…) a saber: Sebastião Fernandes Camacho (…)”.

E também, ainda na página 84, cita Amador Bueno, que foi bisavô do Capitão Antonio da Veiga Bueno, este o heptavô de Teresa:
(…) Francisco de Paiva, Maurício de Castilho, Diogo Barbosa e Cristóvão Mendes, o ouvidor da vila de São Paulo, Amador Bueno (seus filhos Amaro e Francisco Bueno, genro e irmãos), da vila de Santana de Parnaíba (…)”.

(Pág 85): “(…) além de Antônio Raposo Tavares, o comandante maior da bandeira, tem-se a lista que segue: (…) Antônio Bicudo, o velho, Antônio Bicudo (outro), Antônio Bicudo de Mendonça (capitão) (…)”. 

“ANTONIO BICUDO CARNEIRO era natural da Ilha de São Miguel nos Açores. Participou da governança de São Paulo, tendo sido juiz em 1574 e 1584, vereador e ouvidor em torno de 1585. Esteve em várias entradas ao sertão, inclusive na de Afonso Sardinha de 1593, na de Nicolau Barreto ao Guairá em 1602 (primeira naquela região) e na de 1628 também ao Guairá com Antonio Raposo Tavares. ANTONIO BICUDO CARNEIRO teria mandado levantar o pelourinho em São Paulo em 1585. Está apontado como o capítulo 1 do título dos Bicudos, importante família de bandeirantes e sertanistas de São Paulo na genealogia Paulistana.

Já a esposa de ANTONIO BICUDO CARNEIRO consta como filha de Garcia Rodrigues e Izabel Velho, pais, também de sua irmã Messia Rodrigues casada com Domingos Gonçalves da Maia, pais por sua vez do primeiro Garcia Rodrigues Velho (analisado atrás). Todos no título dos Garcias Velhos da Genealogia Paulistana de Silva Leme”.




Abaixo, caso tenha interesse, poderá ver o vídeo do Canal Três Vias que fala sobre O Antônio Bicudo Carneiro. Esclarece fatos sobre a história na época em que viveu nosso antepassado:


Referência:
Revista Gerações Brasil, Boletim da Sociedade Genealógica Judaica do Brasil, Título: Bandeirantes e Cristãos novos em Curitiba — Brasil/ junho 2001 Vol. 10 página 17.

Link: https://www.familysearch.org/tree/person/memories/99TB-BMZ

LEME, Luiz Gonzaga da Silva, Genealogia Paulistana, 1904, S. Paulo, Duprat & Comp. — Rua Direita, 14. 1904 — Vol.: VI, p. 296, 297. http://www.arvore.net.br/Paulistana/Bicudos_1.htm acesso em 19/02/2022 às 19:23.

Revista Gerações Brasil, Boletim da Sociedade Genealógica Judaica do Brasil, Título: Bandeirantes e Cristãos novos em Curitiba — Brasil/ junho 2001 Vol. 10 p. 17. 
https://www.familysearch.org/photos/artifacts/120175413?cid=mem_copy acesso em 05/03/2022 12:45.

 https://www.teses.usp.br/
 BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. Tribulações do povo de Israel na São Paulo colonial [doi:10.11606/D.8.2006.tde-11072007-103932]. São Paulo : Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2006. Dissertação de Mestrado em História Social, pp. 79, 80, 82, 84. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11072007-103932/publico/TESE_MARCELO_MEIRA_AMARAL_BOGACIOVAS.pdf acesso em 03/03/2022 16:17

Carta de Francisco Vasques à Sua Majestade sobre questões relativas às reduções que tinha a Companhia de Jesus na Província do Paraguai e dos excessos que cometiam os portugueses de São Paulo. In Anais do Museu Paulista. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1949. Volume XIII, pp. 310-314.

Relação dos agravos que fizeram os portugueses de São Paulo saqueando as aldeias que os religiosos da Companhia de Jesus tinham na Missão do Guairá e Campo do Iguaçu, feita em 10 de outubro de 1629. Arquivo General das Índias (Espanha). In Anais do Museu Paulista. São Paulo: Diário Oficial. Volume I (2ª parte - ano de 1922), pp. 247-270; volume II (ano 1925), pp. 245, 246, 311, 312.

Anais do Museu Paulista, volume I (2ª parte), pp. 247-270; volume II, pp. 245, 246, 311, 312.




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