PARTE II CAPÍTULO V DE JOHN DRUMMOND A ANNA PEREIRA RODRIGUES PENTADECAVÓS

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                                    Castelo Drummond, localizado em Perthshire, Escócia.
                                    https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_Drummond

PENTADECAVÓS

*John Drummond nasceu na Escócia e foi casado com Branca Afonso da Cunha, que nasceu na Madeira, Portugal. Tiveram os filhos: Clara Anes Escórcio, Branca Afonso Drummond, Joana ou Ana Escórcio, Beatriz Escórcio, Guiomar Escórcio, Isabel Anes Escórcio Drummond, João Escórcio Drummond, Catarina Anes Escórcio e *Diogo Drummond Escórcio.

O Clã Drummond é um clã escocês da região das Terras Altas (Highlands), do distrito de Perthshire, Escócia.

Stobhall (ou Castelo Stobhall ) é uma casa de campo e propriedade em Perthshire , na Escócia, a 13 km de Perth .
https://www.wikiwand.com/en/Stobhall

John Drummond ou conhecido por João Escócio, era filho de John Drummond de Stobhall e Cargill e de Elizabeth Sinclair, proprietários do castelo de Stobhall. Esse castelo tornou-se propriedade do clã quando seu avô, (outro John Drummond) casou-se com Mary Montfichet, em 1345.

Segundo a narrativa de Strathallan, João (ou John) saiu da Escócia em 1419, passou pela França e depois foi para a Espanha, onde participou de lutas contra o reino de Granada. Este reino era o último enclave muçulmano na Península Ibérica, sobreviveria até 1492.
Mais tarde, João continuou a viajar e foi parar na ilha da Madeira, onde se casou com uma madeirense chamada Branca Afonso (desta união é que veio a nossa descendência).

Foi na Ilha da Madeira, em Portugal, que John Drummond passou a ser conhecido como João Escórcio. Em seu leito de morte, João confessou à família em Portugal quem era de fato e seu sobrenome: Drummond. Foi quando revelou que pertencia a nobre família escocesa (foi onde originou o seu sobrenome em Portugal- Escócio ou Erscórcio, significando João que veio da Escócia).

A família em Portugal foi descoberta pelo clã escocês acidentalmente em 1519, quando Thomas Drummond, passou na ilha vizinha de Porto Santo e encontrou membros da família que ali residiam. Porto Santo é a segunda maior ilha do arquipélago, depois da própria Madeira, e é o local colocado no cabeçalho de várias cartas trocadas posteriormente entre os Drummond da Madeira e os da Escócia.

Foi solicitado pelos Drummond da Madeira ao clã na Escócia, os documentos necessários para comprovarem sua ligação com os Drummond, para que fossem também considerados parte da nobiliarquia de seu país.  Receberam então, um atestado formal, reconhecendo que João Escórcio era mesmo filho de John Drummond de Stobhall e membro do clã. Receberam o "documento do Conselho da Nobreza" e o brasão de armas do clã, entregue aos parentes da Ilha da Madeira.  Neste documento, é mencionado a genealogia do Clã Drummond: a história do húngaro que aportou na Escócia e que teria sido o primeiro dos Drummonds (relatando a história da origem dos Drummond na Escócia).

Além disso, receberam ainda, uma carta pessoal do próprio David Lord Drummond endereçada a Manuel Afonso Drummond (descendente de João, anos após sua morte) e seus irmãos (desta vez escrita em inglês), na qual chamava-os de "queridos e bem-amados primos" e os tratava como parte do clã. Na carta, dava-lhes informações adicionais sobre a família e convidava a enviar um representante do ramo da Madeira para a Escócia, garantindo que os membros do clã o tratariam como se fosse seu próprio filho.

Mas aqueles eram documentos escoceses e a Madeira era território português, onde não tinham valor. Mais tarde, a família na Madeira decidiu ir mais além e conseguir um documento do governo de Portugal. Enviaram um parente, Diego Peres Drummond, até lá, para fazer uma requisição ao rei D. João III. Este aceitou e o documento oficial que emitiu, datado de 19 de março de 1538, descreve o brasão de armas dos Drummond.

Os documentos ficaram arquivados em um cartório em Funchal, capital do arquipélago da Madeira, porém, apenas em 1604 alguém da família se interessou ou pôde fazer uso deles. Strathallan justifica dizendo que a correspondência entre os Drummonds da Madeira e da Escócia havia sido interrompida devido a conflitos entre a Inglaterra e a Espanha e que, por isso, os madeirenses não puderam fazer uso do status nobiliárquico que lhes fora concedido.

A guerra afetava a relação Madeira-Escócia porque, ambos os lados da correspondência estavam conhecendo o fenômeno da união dinástica. O rei da Espanha herdou o trono de Portugal em 1580 e os dois países permaneceram unidos por 40 anos. E o rei da Escócia herdou os tronos da Inglaterra e da Irlanda em 1603, união que durou 85 anos. O resultado foi que tanto Portugal quanto a Escócia herdaram os problemas da guerra entre Inglaterra e Espanha.

Com o fim da guerra, em 1604 os descendentes de Martim Afonso Ferreira (que era descendente de  Manuel Afonso Drummond , que por sua vez, era descendente de João Escócio) viram a oportunidade e resolveram aproveitar. Para implementar o tratado de paz, que havia sido assinado em 28 de agosto daquele ano, o embaixador da Inglaterra, Charles Howard, esteve pouco depois em Madri, acompanhado do Earl de Perth, James Drummond. Na ilha da Madeira, um bisneto de Martim Afonso Ferreira, chamado Martim Mendes de Vasconcelos Drummond, soube que seu importante parente de Perth estava na capital espanhola. E também que o rei da Inglaterra devia grandes favores a ele e sua irmã, Jean Drummond, condessa de Roxburgh.

Martim apelou a eles para intermediarem uma carta de recomendação ao rei da Inglaterra e também que os embaixadores espanhóis na Inglaterra intermediassem outra carta de recomendação para o rei da Espanha. Assim foi feito, onde, o próprio rei da Inglaterra, James I (que também era James VI da Escócia por causa da união dinástica), enviou uma carta ao rei Felipe II da Espanha recomendando que também concedesse aos Drummond da Madeira os mesmos "favores e mercês" que os reis de Portugal haviam concedido.

O pobre mensageiro que levava o resultado positivo das petições até a Madeira, William Crawford, foi assaltado por piratas no meio do caminho e teve que aportar na costa da África e só conseguiu chegar na Madeira, dez anos depois. Mas conseguiu entregar sua encomenda. As correspondências entre os Drummond da Madeira e os Earls de Perth continuaram até 1634. No livro de Strathallan há mais três, escritas em latim e em inglês, a partir da pág. 102.

A descendência dos Drummond da Madeira está descrita nas genealogias madeirenses, como o "Nobiliário Genealógico das Famílias", de Henrique Henriques de Noronha, publicado em 1700 (de 3 volumes) ou os "Apontamentos para a genealogia de diversas famílias da Madeira", de Felisberto Bittencourt de Miranda, publicado em 1888.

 Vários membros da família Drummond da Madeira foram ao Brasil. Na carta enviada pelo rei da Inglaterra, James I, ao rei da Espanha, Felipe II, de 1613, é mencionada a presença de membros do clã no nosso país. O mesmo aconteceu em uma das cartas trocadas pelos Drummond da Madeira e pelo Earl de Perth, datada de 1623. Antes disso, um certo Manuel da Luz Escórcio Drummond apareceu com sua mulher e seus filhos em Santo André, no litoral de São Paulo. Ali, casou-se uma segunda vez, depois de enviuvar, e mudou-se para o Rio de Janeiro. 


Referência:  
Carta dos irmãos Remígo da Assunção Drummond, Antônio de Freitas Corrêa Drummond e Simão de Freitas Corrêa Drummond ao earl de Perth, John, Lord Drummond. In: Strathallan (1831; 1889) [1], pág. 105.
 LEME, Pedro Taques de Almeida, "Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica", vol. II, título "Toledo Pizas", cap. II, § 2.o, pág. 231. As informações de Pedro Taques sobre Manuel da Luz Escórcio Drummond e seus descendentes estão resumido em LEME, Luiz Gonzaga da Silva, "Genealogia paulistana", vol. V, Título "Toledos Pizas", cap. II, § 2.o, pág. 507, nota (1).
[4] Processo de genere de Fortunato Cândido Drummond Rocha e João Ricardo da Costa (Conceição da Praia, 1806). Arquivo do Laboratório Reitor Eugênio de Andrade Veiga (LEV), Universidade Católica de Salvador (UCSal), Cx. 7; E. 1; 23 Ge-20; no. 24.

Poderá ver referências também em OS DRUMMONDS - DA ESCÓCIA MEDIEVAL À BIGUAÇU-SC
https://biblos-geneseos.blogspot.com/2020/08/os-drummonds-da-escocia-medieval.html?fbclid=IwAR1PcsH9Xs3PeHzm3yXBuhSRdRDSLlrbBKzyvxDjA7eygiNsfbmaXm2TgRc
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anabela_Drummond
http://genealogiadasgeraes.blogspot.com/2013/11/os-drummonds-da-madeira-e-as.html

STRATHALLAN, Visconde de (William Drummond). "The genealogy of the most noble and ancient house of Drummond" (PDF). A. Balfour & Co., Edinburgh, 1831; impressão privada, 1889. Primeira edição em livro: 1681.

https://archive.org/details/genealogyofmostd00drum/page/n9/mode/2up?view=theater

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