Parte I Capítulo VIII De Cacique Piqueroby a Belmira dos Santos Rocha DECAVÓS

Aclamação de Amador Bueno, Obra de 1909, óleo de Oscar Pereira da Silva



 DECAVÓS

*Amador Bueno de Ribeira , o Aclamado, nasceu em 1584 São Vicente, São Paulo, Brasil e morreu em 1649, foi casado com Bernarda Luiz que nasceu em 1580 em São Paulo, Brasil e morreu em 1649 em São Paulo, Brasil. Tiveram os filhos: Francisco Bueno Luiz, Maria Bueno da Ribeira, Marianna Bueno, Anna Bueno da Ribeira, Isabel Bueno de Ribeira, Diogo Bueno, Antonio Bueno, Catarina de Ribeira e *Amador Bueno.

Amador Bueno de Ribeira, O Aclamado foi um proprietário de terras e administrador colonial (capitão-mor e ouvidor) da Capitania de São Vicente. Tornou-se personagem importante do Brasil Colonial ao ser aclamado rei de São Paulo em 1641 pela população pró-castelhana como reação ao fim da união dinástica entre Portugal e Espanha. Amador Bueno prontamente recusou a aclamação dando vivas ao rei D. João IV de Portugal.

Referência:

URL: https://pt.wikipedia.org/wiki/Amador_Bueno

Verificamos, abaixo em Genealogia Paulistana: “Amador Bueno de Ribeira, o Aclamado, que foi capitão-mor e ouvidor da capitania de S. Vicente, cargo que ocupou em 1627, foi aclamado rei em S. Paulo em 1641 pelo poderoso partido formado de influentes e ricos castelhanos, como foram os três (pág. 419) irmãos Rendons da cidade de Coria; Dom Francisco de Lemos, da cidade de Orens; Dom Gabriel Ponce de Leon, natural de Guayra; Dom Bartholomeu de Torales, de Vila Rica de Paraguai; Dom André de Zunega e seu irmão dom Bartholomeu de Contreras y Torales; Dom João de Espinola Gusmão, da província do Paraguai, e outros que subscreveram o termo de aclamação em 1641. Não só recusou essa honra, que queriam conferir-lhe, mas ainda, com a espada desembainhada, deu vivas, como leal vassalo, a Dom João IV rei de Portugal, em quem restaurou-se a monarquia portuguesa, depois de 60 anos de sujeição ao domínio dos reis de Castela. Por este ato e por outros serviços que prestou à pátria, legou um nome imorredouro aos seus descendentes e recebeu carta de el-rei agradecendo esse ato de lealdade. Foi casado com Bernarda Luiz, filha de Domingos Luiz (o Carvoeiro), cavaleiro professo da ordem de Cristo e de Anna Camacho”.

 

Referência:

Genealogia Paulistana, Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919), Vol I pág 281 do compilado.

Abaixo, podemos ver na Revista Gerações Brasil, Boletim da Sociedade Genealógica Judaica do Brasil, que Amador Bueno da Ribeira descendia de Piquerobi, assim como sua esposa Bernarda Luiz descendia do irmão de Piquerobi, de Tibiriçá. 

“...O núcleo do poder mameluco de São Paulo no século XVII era representado em boa parte por este núcleo familiar. O Capitão-Mor Amador Bueno da Ribeira era filho de Maria Pires, da importante família Pires ( Maria Pires era irmã de Beatriz Pires, por parte de pai, e logo tia do bandeirante Manoel Pires, já visto atrás na genealogia curitibana). Maria era filha de Salvador Pires com Messiauçu, filha de Antonio Rodrigues com Antonia Rodrigues e neta materna da índia Antonia Rodrigues, filha do chefe tupiniquim Piquerobi. Por essas linhas se revela certa continuidade entre os maiorais tupi e a fundação de São Paulo. Poder que é transmitido aos seus antepassados como Amador Bueno da Ribeira. Também a mulher do Capitão-Mor, Bernarda Luiz seria bisneta de Joana Ramalho (casada com o Capitão-Mor Jorge Ferreira), filha de João Ramalho com Izabel Dias, a filha do grande chefe índio Tibiriçá, tão importante para a colonização de São Paulo que os jesuítas e o poder municipal o enterraram com honras na Igreja da Sé”.

Referência:

Revista Gerações Brasil, Boletim da Sociedade Genealógica Judaica do Brasil, Título: Bandeirantes e Cristãos novos em Curitiba — Brasil/ junho 2001 Vol. 10 página 17.

Poderá encontrar uma cópia no link abaixo.

Link: https://www.familysearch.org/tree/person/memories/99TB-BMZ

Abaixo, segue a notícia da descendência de Amador da Ribeira, extraída dos Títulos Genealógicos das famílias da Capitania de São Paulo, em poder de João Pereira Ramos de Azevedo Coutinho.





Nota: Parece que havia firme propósito  da parte dos historiadores em ocultar a origem indígena de Amador Bueno da Ribeira. Pelo lado espanhol, que é o mais discutido e analisado por esses escritores coloniais, apenas conseguiram estes, traçar a sua origem a duas gerações, sendo seu pai Bartolomeu Bueno e se avô D. Francisco Ramires. Daí para cima, nada mais sabem com certeza sendo de presumir, como afirma o manuscrito, que eles pertençam a ilustre família dos seus apelidos, que figura na obra Asturias Ilustradas. Pelo lado materno, diz o manuscrito que ele era filho de Maria Pires, da nobre família dos Pires, que já naquele tempo avultava na Capitania de S. Paulo; porém, Maria Pires, esposa de Bartolomeu Bueno e mãe de Amador Bueno, era filha de Mecia Fernandes e de Salvador Pires, Mecia Fernandes era filha de Antonia Rodrigues e Antonio Fernandes; Antonia Rodrigues era filha de outra Antonia Rodrigues casada com Antonio Rodrigues, portugues, que já  residia na Capitania de S. Vicente quando Martins Afonso aqui aportaram em 1531. Esta última Antonia Rodrigues era filha de Piquerobi, cacique, chefe ou rei de uma das tribos Guaianases, que ocupavam a costa marítima de S. Paulo no começo do século XVI.

A fidalguia de Amador Bueno, pelo lado de seu avô D. Francisco Ramires, não era mais esclarecida do que a de muitos outros fidalgos paulistas da mesma época; a sua proeminência entre os paulistas não lhe vinha, portanto, por esse lado. A sua aclamação para rei de S. Paulo em 1641, foi devido principalmente ao seu caráter, mas em parte também ao fato de circular nas suas veias o sangue real de Piquerobi, que tinha sido um dos legítimos senhores do território paulista.

A descendência de Antonia Rodrigues, filha de Piquerobi, convertida ao catolicismo e casada com Antonio Rodrigues, alcançou a benventurança da multiplicação e de sucessivas nobilitações pelo entrelaçamento com muitas famílias de alta fidalguia.
Esta multiplicação foi tão vasta, tão extensa, que hoje abrange os Estados de S. Paulo, Rio de Janeiro e Capital Federal, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. O cruzamento  foi tão generalizado e deu-se em tantas direções, que já a Nobiliarquia Paulistana, escrita por Pedro Taques, há mais de cem anos, não era mais do que a história dessa vastíssima prole. Não desmerece essa descendência a mistura do sangue da filha de Piquerobi; esta mistura, pelo contrário, mais a ilustra, porquanto, sem ela as famílias mais ilustres dessa grande parte do Brasil seriam, sim, brasileiras, por terem nascido aqui, porém, faltava-lhes-ia a ‘sainete brasílico', que só o sangue daquela bela princesa selvagem foi suficiente para dar-lhe, não existindo até hoje, na sucessão de tantas gerações, outra raíz, além dela, que as prenda ao solo da TERRA DE SANTA CRUZ-Dr. João Mendes- Notas Genealógicas.
Referência:
https://bibdig.biblioteca.unesp.br/bitstream/handle/10/12261/noticia-da-desceud-de-amador-bueno-de-ribr-ex-trahida-dos-titulos-genealogicos-das-familias-da-capitania-de-s-paulo-que-se-achao-em-poder-do-ill-joao-pr-ramos-de-azeredo-cout-1.pdf?sequence=2&isAllowed=y

Conforme verificamos no texto acima, sobre a genealogia de Amador Bueno da Ribeira, ele era descendente de índios, sendo seu pai Bartholomeu Bueno e seu avô D. Francisco Ramires. Pelo lado materno, diz o manuscrito que era filho de MARIA PIRES, da nobre família dos Pires, que já naquele tempo avultava na Capitania de S. Paulo; porém, Maria Pires, esposa de Bartholomeu Bueno e mãe de Amador Bueno, era filha de Mecia Fernandes e de Salvador Pires; Mecia Fernandes era filha de Antônia Rodrigues e Antonio Fernandes; Antonia Rodrigues era filha de outra Antônia Rodrigues, casada com Antonio Rodrigues, português, que já residia na Capitania de São Vicente quando Martins Affonso aqui aportou em 1531. Esta última Antônia Rodrigues era filha de Piquiroby, cacique, chefe ou rei de uma das tribos Guayanases, que ocupavam a costa marítima de S. Paulo no começo do século XVI. 

A fidalguia de amador Bueno, pelo lado de seu avô D. Francisco Ramires, não era mais esclarecida do que a de muitos outros fidalgos paulistas da mesma época; a sua proeminência entre os paulistas não lhe vinha, portanto, por esse lado.

A sua aclamação para rei de S. Paulo, em 1541, foi devida principalmente por seu caráter, mas em parte também ao fato de circular nas suas veias o sangue real de Piqueroby, que tinha sido um dos legítimos senhores do território paulista. A descendência de Antônia Rodrigues, filha de Piqueroby, convertida ao catolicismo e casada com Antonio Rodrigues, alcançou a bem aventurança da multiplicação e de sucessivas nobilitações pelo entrelaçamento com muitas famílias de alta fidalguia.

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